segunda-feira, 16 de abril de 2012

Moradores da 715 Sul - Atentos e Mobilizados

Os moradores da 715 Sul mostraram que estão engajados na luta pela garantia de seus direitos e que estão atentos à proposta do Governo Agnelo em disciplinar a utilização das grades de suas casas e outros assuntos de igual relevância. Para tanto, reuniram-se no último dia 9/04, na antiga Escola Classe da 315 Sul, a fim de discutirem estratégias a serem implementadas para a defesa da coletividade, e, por consequência, a valorização do patrimônio e melhoria da qualidade de vida de todos moradores. 


Mobilização para defesa de nossos direitos

Na oportunidade, ficou definida a criação de uma Comissão responsável pela organização da próxima eleição da Comissão Executiva da Prefeitura prevista o dia 16/05, e, ainda, a definição de outras duas comissões que tem como objetivo organizar diferentes formas de mobilização da comunidade, e, principalmente, com a finalidade de sensibilizar as autoridades e demais técnicos do GDF sobre as especificidades de nossa quadra. O ponto alto do encontro foi marcado pelos relatos dos pioneiros da quadra, que, com muita propriedade e emoção, discorreram sobre a chegada deles à Brasília e toda luta daquela época, até a entrega das casas a partir de 1962, chegando aos tempos atuais com novas preocupações e inseguranças. A estes moradores e por estes moradores já valeu a pena todo esforço em continuarmos engajados na busca de soluções para o bem de todos e o crescimento de Brasília.

Boas Novas

Há tempos o Secretário Geraldo Magela vem sinalizando sobre o que pode ser contemplado nos planos elaborados pelo GDF/Sedhab, leia-se PPCUB, PDOT e Lei de
Uso e Ocupação do Solo (Luos), mostrando sua sensibilidade com o tema, e, o mais importante,  conhecimento de causa. Em recente entrevista concedida ao colunista Gilberto Amaral, detalhada com exclusividade no Jornal de Brasília deste último domingo (15/04), o Secretário acena com a possibilidade de regulamentação da utilização das áreas verdes, fazendo menção ao PPCUB que “permite um avanço em área pública verde nas casas geminadas das quadras 700 das Asas Sul e Norte, e no Cruzeiro”. Ainda segundo o Secretário “o avanço é limitado e deverá gerar uma compensação para os cofres do Governo do Distrito Federal (GDF) em forma de uma taxa anual de ocupação de área pública”. Veja, aqui, a
matéria do Jornal de Brasília

domingo, 8 de abril de 2012

Sociedade, Comunidade e Coletividade (Politikós)

O que deveria ser a 3ª Audiência Pública para tratar do Projeto de Lei do PPCUB, transformou-se em mais uma caricatura do cenário brasiliense, com políticos ávidos por flash e microfones para discorrerem suas retóricas. De outro lado o esforço dos técnicos em traduzir ao leigo suas deduções escritas em javanês.  Em um outro canto, a população esbravejando, quase que histérica, sem que houvesse a minima chance da receptividade de seus lamentos. Até porque, pelo que pôde ser observado, “estava tudo pronto” e o evento seria le grand finale de uma película que todos conhecem, onde, quem se dá mal é sempre o cidadão comum. Aquele que não faz lobby, aquele que não se vende, aquele que o bem maior é a sua família e o seu lar.


Porém, esqueceram de combinar com um outro importante ator. Que não é, nem se deixa passar, como um simples figurante. Ao contrário, é àquele em que a sociedade guarda suas últimas esperanças. Esqueceu-se de combinar com o Poder Judiciário, guardião das leis e defensor dos direitos e garantias fundamentais, que merece nosso respeito e total confiança. Aquele que, cautelosamente, em tempo, adiou a audiência estimulando a sociedade civil organizada a seguir adiante, encorajando-a na busca de seus direitos. Mas, sobre isso (a Justiça) retomaremos numa outra oportunidade. Segue aqui um esforço, nada imparcial, para lembrar da 3ª Audiência e na visão de um cidadão comum discorrer sobre ela.

Pousada na Asa Sul sendo interditada
por decisão judicial
O indignado e os felizardos

Já falamos aqui nesse blog da irritação do Secretário Geraldo Magela em anunciar que a audiência teria sido anulada. E, ainda, do oportunismo dos políticos que aproveitaram o momento para soltar suas retóricas em discursos sem conteúdo, desviando da finalidade do encontro. Num segundo momento, com a justificativa de que deveria respeitar os presentes, foi possibilitado a fala dos participantes, seguida da réplica dos técnicos da Sedhab. Entre algumas intervenções, para não perder o palanque, os técnicos do governo insinuaram contemplar no PL do PPCUB, por meio de benevolências casuísticas, algumas excepcionalidades que arrancaram aplausos de parte dos participantes. Dentre elas, a possível autorização do funcionamento de templos religiosos no Setor de Industrias Gráficas (SIG), e, ainda, se entendemos bem, o funcionamento de pousadas nas quadras 700, respeitando um prazo de transição. A esta última proposição, ignoraram o atual posicionamento do TJDF sobre essa questão.


Os rejeitados
Mas, quando o assunto era a regularização e a permanência das grades das casas situadas nas quadras 700, sul e norte, era visível a desaprovação das cabeças chapas brancas, sobre qualquer iniciativa dessa natureza. Até porque não poderiam ser incoerentes com a proposta do próprio governo que prevê, por exemplo, tolerância zero para as cercas laterais das residências. Para se ter uma ideia, em determinado momento o Sr. Rômulo Andrade, subsecretário de Planejamento da Sedhab, afirmou que a questão de segurança não se resolve com cercas e que uma simples grade na janela pode minimizar essa situação, polarizando o assunto.

Cena urbana de nosso cotidiano.
A Suiça não é aqui
É verdade, até poderia se a cidade de Brasília estivesse situada num país nórdico, ou em algum cantinho escondido da Europa. Mas, não aqui onde a desigualdade social invade nossas ruas, nossas calçadas e nossos lares das mais diferentes formas. Mesmo sendo Capital da República não a isenta de conviver com os dramas sociais diários, onde o uso de drogas é apenas um dos sintomas a ser encarado. As grades, ou mesmo os avanços existentes ao longo dos anos, são decorrentes do limite que os moradores exigem, como direito, para manter o mínimo de privacidade e segurança do caos social que assola Brasília e outras cidades brasileiras, deixando, muitas vezes, o governo e a sociedade impotentes frente a determinadas situações, onde a mendicância é a menos nociva delas. Infelizmente, convivemos diariamente com uma legião de brasileiros, desamparados, onde fazem suas alimentações, dormem e fazem suas necessidades fisiológicas, vivendo nas ruas por diferentes motivos.

Foto de ação da PM DF
num sequestro em casa da 711 Sul.
Como sabemos, um boa parte dessas pessoas são usuários de álcool e outras drogas, e sob efeito dessas substâncias, colocam em risco suas vidas e dos moradores. Não bastasse esse cenário, estamos – todos – vulneráveis a toda espécie de indivíduos que escolhem o caminho do crime como meio de vida, e, para estes, medidas de segurança devem ser tomadas como em qualquer outro lugar do mundo, admirando que existam posições contrarias, mas, só justificadas pela distancia que tem do cotidiano dos moradores, pois, em geral, concebem suas ideias a partir de gabinetes luxuosos, com carpetes felpudos, ar condicionado, garagens e seguranças na porta, obviamente que pagos com o direito dos contribuintes, os mesmos que devem se privar dos cuidados mínimos para defesa de suas vidas e de suas famílias.
Deixa como está
Em geral, os moradores das quadras 700 tomam medidas para a proteção não somente de seu patrimônio, mas da cidade como um todo. Cuidam e se preocupam com a urbanização da cidade como extensão de suas casas, zelando por ela, quando é notório que o governo tem dificuldades para fazer a sua parte. Ao percorrer as quadras 700 constata-se casos em que moradores desistiram de preservar, de aparar o mato alto, de limpar fezes humanas e pichações que debocham com escárnio de sua cara e do Poder Público. Cansados e desmotivados não possuem forças para brigar com o governo, leia-se Agefis, que insiste em multá-los. Em nome da lei, cobram dos moradores que suas casas devem permanecer como no projeto original, permanecer como o governo quer e não como os tempos atuais e a dinâmica social exigem.

É assim que o Governo Agnelo quer as casas da 700?
Não é assim que os moradores querem!